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Governança corporativa é tema de entrevista de David Reck, da Enken, e Leonardo Orsi, do Grupo I9, à revista Carta Capital

O desafio da profissionalização

Por Jacílio Saraiva

Adotar um modelo eficiente de governança corporativa é o primeiro passo para preparar uma empresa para ingressar na Bolsa. “Toda organização tem alguma forma de governança adequada ao seu estágio de desenvolvimento”,  diz Leonardo Viegas, vice-presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

No Grupo I9, da área de tecnologia da informação (TI), os preceitos da governança corporativa aparecem desde a fundação da empresa, em 2007. Na época, foi criado um estatuto e um sistema de gestão corporativa, segundo o CEO Leonardo Orsi.

No ano passado, a agência de publicidade Enken também investiu quase 30% do seu faturamento, de 5 milhões de reais, em processos internos, de olho na evolução do negócio. “Estamos na fase de fortalecimento e disseminação da cultura de governança entre os colaboradores”, diz o CEO e fundador David Reck, que comanda uma equipe de 48 pessoas.

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Dr. Kenneth Ferreira, especialista em mercado de capitais do Mattos Muriel Kestener Advogados, fala sobre alta do dólar à revista Carta Capital

Refaçam suas apostas 

Por Luiz Antonio Cintra

Nas últimas semanas, em meio aos protestos, o País enfrenta um ataque especulativo contra o real, não dos maiores, mas cuja resultante até aqui foi elevar a cotação a 2,27 reais, alta considerável desde 1º de janeiro, quando a moeda norte-americana era negociada a 2,04. Na quarta-feira 3, fechou na cotação mais elevada desde abril de 2009.

O movimento, dizem especialistas, reflete principalmente a mudança de clima nas finanças internacionais, provocada pelo banco central norte-americano, o Federal Reserve. Algumas semanas atrás, o presidente do Fed, Ben Bernanke, sugeriu a possibilidade de mudar o rumo de sua política, monetária, diante do que considera evidências de recuperação da economia do país.

Nas mesas de câmbio, no entanto, o contexto serve de combustível para inflar as dúvidas em torno da capacidade de  o Banco Central de Alexandre Tombini evitar a disparada do dólar, o que  afetaria a inflação. O BC, por sua vez, não pode deixar o real se valorizar novamente, por causa dos efeitos sobre a conta corrente do País, ora com déficit acumulado em 12 meses de 3,3% do PIB e em trajetória crescente. A esse dilema são somados os riscos relativos à desaceleração chinesa, com reflexos sobre a  exportações brasileiras de commodities e o fôlego do País para faturar em moeda forte.

O impasse animou a turma da especulação, que lamentavelmente passou a ser vista como a tábua da salvação. Os altos e baixos do dólar servem para lucrar em operações de elevado risco nos mercados futuros, incluídos os derivativos, nicho em que o País ocupa a sexta posição no ranking global, dominado por operações atreladas a moedas emergentes, destaque para a da Rússia e da Índia.

Segundo o advogado Kenneth Ferreira, sócio do escritório Mattos Muriel Kestener, os derivativos, apesar dos riscos, são “legítimos”, ainda que exijam práticas rígidas de governança. “Elas precisam estar adequadas à estratégia financeira das empresas e conforme a exposição do caixa às variações do dólar.”

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